Fernanda Jahjah
Adorei Toy Story desde o primeiro filme. Sempre me identifiquei com a história, afinal, quem nunca conversou com seus brinquedos?
Durante minha infância, eu amava uma boneca em especial; além de ter sido presente da minha madrinha, era minha favorita, pois tinha a cabeça maior que o corpo e era muito colorida… nada mais. Melancia, como eu a chamava, estava presente na mala da escola toda sexta-feira, o dia do brinquedo, como é até hoje.
Ah, minha amiga Melancia, que saudades! Altos papos! Ela me ajudava a enfrentar todos os meus medos e participava das minhas alegrias também. Desde o primeiro Toy Story, meu coração voltava para ela, minha amiga imaginária, mas tão real.
Os brinquedos nada mais são do que nossos mais íntimos amigos, sempre prontos para nos alegrar, ouvir confidências e dividir tudo, numa parceria cheia de encantamento, sonhos e diversão. É uma pena que as crianças de hoje estejam abandonando seus companheiros de brincadeiras cada vez mais cedo, em função da correria do seu dia a dia, preenchido por outros tantos compromissos.
Em Toy Story 4, fiz essa analogia com o Garfinho: ele não se acha especial só por ter sido criado por sua dona. Mal sabe ele que é o favorito dela… simples assim.
Pensei muito nisso: será que a tristeza dele não reflete essa loucura que as crianças estão vivendo? Meus filhos de 7 e 10 anos dizem que não são mais tão crianças para brincarem com certos brinquedos e simplesmente vão deixando-os de lado.
Espero que mais crianças criem mais Garfinhos e se sintam felizes como eu e minha Melancia, numa aventura pela infância que nos transforma em adultos muito melhores.